*****MISSÕES PERMANENTES*****

segunda-feira, abril 26, 2010

OLHAR TODAS AS FLORES

Os cristãos, que almejam à perfeição, geralmente, buscam a união com Deus presente em seus corações.
Encontram-se como em um grande jardim florido, onde olham e admiram só uma flor. Olham-na com amor, nos detalhes e no todo, mas não prestam tanta atenção às demais flores.
Deus —graças à espiritualidade coletiva que nos deu
— pede que olhemos todas as flores, pois em todas ele está. Assim, observando-as todas, é a ele que amamos, mais do que a cada uma das flores.
Deus, que em mim reside, que a minha alma plasmou, que, sendo Trindade, nela repousa, também reside no coração dos irmãos.
Portanto, não basta que eu o ame só em mim. Se é assim que faço, meu amor ainda mantém um quê de pessoal e está inclinado ao egoísmo perante a espiritualidade que sou chamado a viver. Amo Deus em mim e não Deus em Deus, porquanto a perfeição é: Deus em Deus.
Por conseguinte, a minha cela — como dizem as almas íntimas de Deus —, o meu céu — como dizemos nós —‘está em mim e, do mesmo modo que está em mim, está na alma dos irmãos. E, como o amo em mim, ao recolher-me nesse meu céu — quando estou só —, amo-o no irmão quando ele está junto de mim.
Então, não amo somente o silêncio, amo também a
palavra, isto é, a comunicação de Deus em mim com Deus no irmão. Se os dois céus se encontram, existe aí uma única Trindade, em que os dois estão como o Pai e o Filho e, entre eles, o Espírito Santo.
E necessário, sim, recolher-se sempre, inclusive na presença do irmão sem, contudo, esquivar-me da criatura, mas recolhendo-a no meu próprio céu e recolhendo-me no céu dela.
Dado que esta Trindade reside nos corpos humanos, aí reside Jesus, o Homem-Deus.
E entre nós dois realiza-se a unidade, na qual somos um, sem, no entanto, estarmos sós. E aqui está o milagre trinitário e a beleza de Deus que não está só porque é Amor.
Quando, então, a alma, o dia inteiro, de bom grado perdeu Deus em si, a fim de se transferir para Deus no irmão (porque um equivale ao outro, como duas flores daquele jardim são obra do mesmo Criador), e assim tiver feito por amor a Jesus crucificado e abandonado, que perde Deus por Deus (e justamente Deus em si por Deus presente ou nascituro no irmão...), ao voltar-se a alma si mesma, ou melhor, para Deus em si (porque estando só, recolhida na oração ou na meditação), reencontrará a carícia do Espírito Santo que — sendo Amor — é Amor verdadeiro, pois Deus não pode faltar à sua palavra e dá a quem deu; dá amor a quem amou.
Desse modo, desaparecem as trevas e a infelicidade junto com a aridez e todas as coisas amargas, perdurando apenas o gáudio pleno prometido a quem tiver vivido a Unidade.
O ciclo está completo.
Devemos dar vida continuamente a estas células vivas do Corpo Místico de Cristo, que são os irmãos unidos em seu nome, para reavivar todo o Corpo.
Olhar todas as flores é ter a visão de Jesus, de Jesus que, além de ser a Cabeça do Corpo Místico, é o tudo:
toda a Luz, a Palavra, enquanto desse Corpo somos apenas palavras. Todavia, se cada um de nós se “perde” no irmão e forma com ele uma célula (célula do Corpo Místico), que se torna Cristo total, Palavra, Verbo. E por isso que Jesus diz: “...Eu lhes dei a glória que Tu me deste...” (Jo 17,22).
Mas é preciso saber perder Deus em si mesmo por Deus nos irmãos. Faz isto quem conhece e ama Jesus crucificado e abandonado.
E quando a árvore estiver toda coberta de flores —quando o Corpo Místico estiver completamente reavivado
— refletirá a semente da qual nasceu. Será una, porque todas as flores serão unas entre si, da mesma forma que cada um é uno em si mesmo.
Cristo é a semente. O Corpo Místico é a copa.
Cristo é o Pai da árvore. Jamais foi tão Pai como no abandono em que nos gerou filhos seus; é no abandono que ele se anula, mas permanece: Deus.
O Pai é raiz para o Filho. O Filho é semente para os irmãos.
E foi também Maria, a Desolada, no consentimento tácito que a faz Mãe de outros filhos, co-redentora, quem lançou esta semente no céu; e a árvore floriu e floresce de contínuo na terra.
(Abba — Revista de Cultura — Volume 1- número 2, 1998)

TONI

ALMA MISSIONÁRIA

MARIA,MINHA MÃE,EU TE AMO!EU TE AMO!

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